O termo inovação é constantemente divulgado, e de maneira geral muitas pessoas associam a inovação somente a assuntos relacionados com a tecnologia e algo vindo de fora do país. Apesar do conceito em si variar, há um consenso de que a inovação é um diferencial para pessoas e empresas que desejam ser competitivas no mercado atual. E o Brasil não está fora dessa lista.
Segundo o astrofísico Neil deGrasse Tyson, devemos nos orgulhar de nossa tecnologia. O astrofísico citou em uma carta para o Brasil, que grandes nomes e conquistas nacionais ligados a inovação como Embraer e Santos-Dumont, além de outros exemplos. E podemos ampliar esta lista com a iniciativas com a Embrapa, urna eletrônica, biocombustíveis e até mesmo nossa liderança em tecnologia da informação na América Latina.
O que foi dito por Neil deGrasse é realidade. O Brasil tem muito mais potencial do que é mostrado no mundo. Somos um país criativo e inovador. Existem vários ecossistemas de inovação em formação. Espaços de coworking, engajamento com startups, são alguns exemplos atuais.
Dados da LAVCA (Latin American Private Equity & Venture Capital Association), mostram que os recursos aportados em startups brasileiras crescem 30% a cada ano desde o ano de 2011. O valor supera U$ 1,3 bilhão em um período de cinco anos. Esses números mostram o quão promissor é este setor da inovação no Brasil. Na área de produtos e serviços de TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) também temos crescido constantemente e exportamos para o mundo.
Outro setor inovador do nosso país são aqueles ligados à Economia Criativa, seja em música, design, games, moda, entre outros. Além de diversificado, também tem o reconhecimento internacional do seu potencial, podendo atingir ainda mais espaço global.
Para nossa economia essa área da inovação é igualmente importante. O PIB da economia criativa brasileira foi de US$47 bilhões em 2015, o que equivale a 2,64% do PIB brasileiro total. Isso mostra o quão importante são os setores ligados a inovação no Brasil.
Mesmo com este cenário promissor, ainda não somos um país que possui tantos incentivos a área, mas estamos caminhando. No ano de 2017, o Governo Federal decretou a criação da Sala da Inovação do Poder Executivo, com principal objetivo de definir estratégias e coordenar ações de atração de centros e projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) de grandes empresas. Além disso, a iniciativa também prevê a instalação de novos centros de pesquisa em tecnologia no país.
Inovações brasileiras
Para que você ver o quão real é a inovação no Brasil, veja essa lista de inovações nacionais e os benefícios que elas trouxeram.
- Tecnologia para reaproveitar composto de plástico e alumínio – Desde 1995 na subsidiária brasileira da Tetra Pak, começou a se preocupar com as sobras de embalagens produzidas. Foi então que Fernando Von Zuben passou a procurar uma solução para este problema. Após colaboração e muitos testes para encontrar uma tecnologia para reaproveitar a camada prateada presente no interior das caixas longa vida (que representa 25% das embalagens), a solução encontrada: um reator que utiliza tecnologia baseada em plasma, que transformam o plástico e alumínio em dois produtos: lingotes de alumínio e parafina. Os lingotes voltam para Alcoa e a parafina vendida para empresas de solvente. A descoberta inovadora permite que o ciclo de produção de embalagens se feche sem deixar resíduos.
- Sobras da produção de aço – Assim como no caso anterior, a ArcelorMittal Tubarão foi em busca de uma solução para as sobras de metais. Anualmente saem de sua fábrica 7,5 milhões de toneladas de aço, que gera 830 mil toneladas de sobras. Com esses restos a empresa passou a transformar este material em pavimento para ruas e estradas, com custo até 15% menos do que o tradicional, formado por areia e brita. Este material é usado em ruas do Espírito Santo, local onde fica a siderúrgica.
- Pagamento no varejo via celular – O Banco do Brasil lançou em 2007 o mobile payment e usou 4 meses de estudo para lançar o modelo de pagamento no varejo via celular. Os correntistas pagariam suas compras usando o número do aparelho, como é feito com cartão de crédito. Por meio da Visanet, da qual é acionista, os terminais de cartões de crédito foram adaptados para as transações.
- 24×7 cultural – O médico e empresário paraense Fábio Bueno Netto, trabalhava no guia Páginas Amarelas em 2000, quando pensou na adaptação das vending machines, aquelas máquinas que vendem bebidas e salgadinhos. A ideia era colocar livros no lugar. Quando a ideia foi concebida não foi muito bem aceita na empresa, e quando deixou a Páginas Amarelas, Fábio começou sozinho uma pesquisa por diversos países a procura de algum fabricante, mas não encontrou. Em 2003 resolveu improvisar, alugou uma máquina de salgadinhos e passou a madrugada tentando adaptá-la com os livros. Na manhã seguinte instalou a máquina em uma estação de metrô em São Paulo. E assim surgia a máquina de livros.
- Carro flex – A Volkswagen do Brasil se tornou a primeira montadora a lançar um carro biocombustível em março de 2003. Um gol que era capaz de rodar a álcool e gasolina. O pioneirismo foi brasileiro.
Além dessas, existem outras inúmeras inovações acontecendo no Brasil enquanto você está lendo por aqui. Temos um futuro promissor e estamos caminhando cada dia para o amadurecimento do sistema de inovação. O grande interesse do brasileiro em empreendedorismo e de investidores vem aumentando o desenvolvimento do país em inovação. E você, acha que o brasileiro é inovador? Compartilhe sua opinião!