Conheça as edtechs e seu potencial, entenda como esse setor vem ganhando espaço no mercado

Você já ouviu falar em startups provavelmente, mas e edtechs? O termo pode não ser tão comum aos seus ouvidos, embora, provavelmente se você trabalha com educação, já deve ter se deparado com alguma das soluções propostas por esse nicho. Nosso bate papo de hoje vai apresentar o que significa este conceito, o potencial dessa área e os benefícios que este setor pode proporcionar a educação.  

Segundo a Associação Brasileira de Startups, edtechs são startups que usam alguma forma de tecnologia como elemento facilitador de processos de aprendizagem e aprimoramento dos sistemas educacionais.

Esta mesma Associação publicou no ano passado a 3ª edição do Mapeamento de Edtechs documento relevante, que trouxe uma fotografia de como está o cenário das tecnologias educacionais brasileiras.

Os números são animadores, de acordo com este estudo, as edtechs representam hoje o maior segmento entre startups no Brasil, com 17,3%. A maioria das 566 empresas mapeadas estão na região sudeste (58,7%), desse número 37,8% das edtechs estão em São Paulo.

Além desses números positivos, é possível enxergar um futuro público também para as edtechs, já que das startups mapeadas, 12,9% declararam que já venderam/ofereceram suas soluções a órgãos públicos. Outro relatório o EdTechXGlobal mostra que as edtechs têm crescido em nível mundial, 17% ao ano.

E o porquê desse crescimento vai ao encontro de outros bate-papos que já tivemos por aqui. A maneira de ensinar vem mudando, metodologias ativas têm cada vez mais aceitação e resultados positivos em sala de aula, tecnologias são aliadas que não podemos mais deixar de contar, e as edtechs vem justamente ajudar a traduzir este mundo de produtos digitais para adaptá-los à educação da melhor maneira possível.

As edtechs de modo geral investem no desenvolvimento de plataformas online, softwares, ferramentas de gamificação, simuladores de realidade virtual, aplicativos, entre outros, e tudo isso são recursos didáticos que facilitam e aproximam o aluno no processo de aprendizagem. 

5 edtechs de sucesso

Descomplica

Surgiu em 2011 é uma edtech que tem a mecânica de um cursinho pré-vestibular online com conteúdo com foco no Enem. Funciona da seguinte forma, o aluno paga a assinatura e tem acessos a aulas pré-gravadas, ao vivo, monitoria, correção de redações, questionários e simulados. Além disso, a startup também oferece reforço universitário e pós-graduação. No ano de 2017 foi escolhida pelo ranking da revista americana Fast Company como a terceira empresa mais inovadora da América Latina, a primeira do Brasil.

Veduca

Com objetivo de democratizar a educação surgiu em 2012 a edtech Veduca. Os cursos têm valor acessível, a partir e R$29,90 e alguns conteúdos são gratuitos por meio de vídeos no YouTube.

A Veduca atua em parceria com instituições reconhecidas como, empresas e profissionais de mercado.

Quero Educação

Considerada a maior edtech do Brasil, já foi acelerada duas vezes pela Y Combinator, uma das 40 empresas Endeavor Mundo, são certificados pelo Great Place to Work e em 2018 teve o reconhecimento do Fórum Econômico Mundial como uma das 50 startups com mais impacto na América Latina.

A edtech conecta instituições de ensino e alunos por meio de ferramentas como a Quero Pago e Quero Bolsa, um marketplace que ajuda os alunos a encontrar um curso que caiba no bolso.

DreamShaper

Esta edtech criou uma plataforma online de aprendizagem baseada em projetos, que auxilia os alunos a desenvolverem competências socioemocionais e do mercado de trabalho relacionadas com a matéria que aprendem nas salas de aula.

Segundo seu site mais de 500.000 alunos e 1.200 instituições de ensino já foram beneficiadas com a ferramenta, que permite a customização de acordo com o currículo de cada instituição.

4YOU2

Já recebeu prêmios em diversos países, esta edtech brasileira trabalha com a democratização do acesso aos cursos de inglês. Entre sua metodologia há aulas de conversação presencial com professores nativos, pratica de gramática e vocabulário com seu aplicativo próprio.

Com a pandemia ao contrário de vários outros setores, as edtechs conseguiram se adaptar rapidamente as demandas das instituições de ensino aos desafios do isolamento e manutenção das aulas.

De acordo com o Mapeamento de Edtechs, 63,80% das startups deste setor mantiveram ou aumentaram seu faturamento no ano de 2020. Sem contar que 88,8% não precisaram fazer demissões durante esse período crítico e até aumentaram as contratações 40%.

Todos esses números e cases apresentados mostram o quanto as edtechs já estão presentes no dia a dia da educação e que ainda tem um futuro promissor para beneficiar cada vez mais e mais instituições de ensino promovendo inovações na educação.

Você já atuou diretamente com auxílio de alguma edtech? Compartilhe sua opinião sobre este setor nos comentários.

Empreendedorismo na sala de aula, um conceito que vem ganhado espaço

Ouvimos falar muito sobre empreendedorismo. Essa palavra está presente em diferentes cenários e tem conquistado cada vez mais espaço. Cursos para aprender a empreender tem sido mais buscado pelas pessoas, na pandemia inclusive, bateu números recordes. Segundo o Sebrae o número de cursos a distância sobre o tema foi de 1,5 milhão de pessoas em 2020, cerca de 400 mil a mais que em 2019.

Além disso o empreendedorismo também é tema de programas de TV, podcastas, livros. Competências e habilidades de pessoas empreendedoras são estudadas, e empresas buscam esse perfil para preencher diferentes vagas.

Não diferentemente desses outros espaços o empreendedorismo chegou também na sala de aula para trabalhar o senso crítico, comportamento proativo, entre outros benefícios que este processo traz, esse será o nosso bate-papo de hoje.

Antes de falarmos mais sobre o empreendedorismo na sala de aula, acredito que seja importante definirmos e entendermos mais sobre o conceito de empreendedorismo em si. A palavra não existia nem mesmo no dicionário da língua portuguesa, isso mesmo, ainda que já muito difundido, o verbete só entrou para nossos dicionários por volta dos anos 2000.

Apesar de claro já existirem empreendedores e empreendedoras pelo Brasil, a forma que conhecemos este conceito se consolidou mais recentemente com um mundo de possibilidades.

De acordo com a Endeavor, rede de empreendedores e empreendedoras, empreendedorismo é: “A disposição para identificar problemas e oportunidades e investir recursos e competências na criação de um negócio, projeto, ou movimento que seja capaz e alavancar mudanças e gerar um impacto positivo”.

A mesma rede identificou alguns pontos que todos empreendedores de sucesso precisam ter, são eles: otimismo, autoconfiança, coragem para aceitar riscos, desejo de protagonismo, resiliência e perseverança. Mas afinal todas essas competências e habilidades não são essenciais estarem presentes no processo de aprendizagem? Por isso o empreendedorismo na escola é algo inovador e necessário.

Além desses pontos que falei acima, o empreendedorismo na sala de aula também trabalha a capacidade de planejamento e metas dos alunos, auxilia na tomada de decisões, e todos esses fatores preparam uma pessoa para a vida e para o mercado de trabalho.

Trabalhar o empreendedorismo em instituições de ensino ajuda a romper barreiras, e mostrar como o que é apresentado conceitualmente na sala de aula pode se tornar algo prático, esse pacote fortalece os jovens a terem mais autoconfiança para se desenvolverem.

Pode-se dizer que ao usar o empreendedorismo na sala de aula, o ensino está usando mais uma metodologia ativa, como tantas outras que já vimos por aqui, que colocam o aluno como centro do processo de aprendizagem e traz inúmeros benefícios.

Para colocar em prática o empreendedorismo atrelado ao ensino, o professor pode usar diversas ferramentas para resolução de problemas, como é o caso de design thinking, gamificação, PBL, e até mesmo a sala de aula invertida. Todos esses meios trabalham o empreendedorismo e ajudam a desenvolver as características necessárias a esse tipo de profissional que o mercado espera.

Benefícios do empreendedorismo na sala de aula

Como todas as formas de metodologias ativas, aliar o empreendedorismo ao ensino traz inúmeros benefícios, alguns já falados, mas vamos abordar mais alguns muito importantes para a educação.

Independência

O aluno consegue enxergar relação nas demandas e problemas com o seu dia a dia, e desta forma busca soluções, seja em grupo ou sozinho para alcançar os resultados. Conseguindo, ainda que com o auxílio do docente, caminhar sozinho para conquistar algo.

Conhecimento do seu potencial

Conforme ele desenvolve novas soluções, cria projetos, o aluno consegue enxergar quais são seus pontos fortes e quais ainda precisam ser trabalhados, aprender a lidar com isso é essencial para um futuro profissional, e sem dúvidas irá ajudar um bom desempenho na vida também.

Responsabilidade

Já foi falado que com implementação do empreendedorismo na sala de aula, é trabalhado a metodologia ativa, que coloca o aluno no centro de tudo, consequentemente ele será responsável por determinada tarefa até alcançar o objetivo do projeto proposto. Tudo isso faz com que, a responsabilidade seja desenvolvida e amadurecida, ele aprende que é preciso comprometimento para lidar com o que foi apresentado.

Comprometimento com a sociedade

Falando em comprometimento, ele também é desenvolvido pensando no aspecto social. Os alunos ajudam a pensar soluções para construção de um mundo melhor e isso não só é importante, como motiva o estudante a se engajar nos projetos.

Criatividade

Se ele precisa buscar novos caminhos para as respostas as questões propostas, criatividade é uma habilidade bastante desenvolvida. Pois os alunos precisam criar algo novo, pensar fora da caixa para uma solução efetiva.

Liderança

Muitas das atividades trabalhadas em metodologias ativas são em grupos, e isso ajuda a identificar os líderes, aqueles que conduzem a equipe a alcançar um resultado além do esperado. O trabalho em equipe força a articulação para reunir pessoas e organizar ideias, priorizar o que é importante, todas características essenciais a um líder.

Autoconfiança

Falamos lá em cima sobre ela, ser autoconfiante é crucial para o empreendedorismo, você precisa acreditar na sua ideia, projeto, e confiar antes que ninguém que ela dará certo. Na sala de aula a medida que os alunos vão trabalhando em seus projetos e enfrentando adversidades, desafios, eles começam a confiar mais em si e enxergam o que são capazes de fazer, reforçando a autoconfiança. 

A forma com que cada instituição de ensino pode trabalhar o empreendedorismo na sala de aula varia, mas a verdade é que com pouco pode-se trabalhar esse conceito poderoso como aliado da educação.

Entender que as habilidades desenvolvidas com o empreendedorismo ajudam a formar um cidadão e um futuro profissional de sucesso. Compartilhe nos comentários sua opinião sobre o tema e os trabalhos já feitos com empreendedorismo na sua escola.

Lean education: entenda como a metodologia aplicada a indústria e ambientes corporativos migrou para educação e saiba seus benefícios

O termo não é novo, mas ainda pouco conhecido no universo da educação. A metodologia Lean surgiu nos anos 80 como um conjunto de conceitos aplicados na gestão japonesa que definiram o sistema de produção da empresa Toyota. A tradução seria algo como pensamento “enxuto”, onde o principal objetivo era otimizar os processos produtivos, tornando uma produção mais eficiente, eliminando desperdícios e agregando valor a empresa.

O termo lean manufacture desde então foi ganhando espaço, e também sendo aplicado a diferentes cenários, como por exemplo, os ambientes corporativos. No ano de 2011 no livro chamado A Startup Enxuta (Lean Startup), Eric Ries aplicou as teorias aos ambientes disruptivos das startups, ajudando no desenvolvimento de produtos e validação dos modelos de negócio de forma mais rápida e eficaz.

Com a evolução e validação do conceito em diferentes áreas, não demorou para que a metodologia também fosse aplicada na educação, quando combinada a outro conceito inovador o design thinking que já conversamos por aqui, surgia então a Lean Education Technology.

Assim como nas outras áreas que foi utilizada, a metodologia na área da educação melhora e otimiza os processos de ensino, além de inúmeras vantagens imediatas e ao longo prazo. Essa forma de pensar estimula os colaboradores a analisarem tudo que está sendo feito e propor melhorias, e essas medidas impactam na forma de aprendizado dos alunos.

O conceito é inovador e se adapta muito a nova realidade onde alunas e alunos estão vivendo diante de constantes mudanças tecnológicas, e o lean education é ideal para encaixar nesses diferentes cenários, promover a criatividade, o foco na resolução de problemas e desenvolver também o raciocínio lógico. Quer saber como implementar essa metodologia em sua aula, escola, faculdade ou universidade? Vamos ao passo a passo.

Como implementar o lean education

1.Especificação do valor desejado – Valor aqui não se refere apenas ao dinheiro, mas também os valores que você deseja que sejam passados aos alunos, isto é, valores que sejam o da disciplina ou da instituição de ensino. Por isso nessa etapa é hora de pensar uma proposta pedagógica eficiente e que esteja adequada ao que o estudante e seus familiares buscam.

2. Identificar o fluxo gasto para cada serviço – Como já falamos o lean tem como definição a metodologia enxuta, isto é, gastar menos tempo, dinheiro e recursos. No segundo passo é o momento de alinhar com a equipe quais são os principais gargalos da escola e juntos mapearem o que garante o sucesso da instituição.

3. Fluxo contínuo – Depois de identificar os pontos a serem melhorados, é hora de colocar em prática as ideias para consertá-los. Os pontos fortes e fracos já foram mapeados e a equipe já está preparada para solucionar os problemas.

4. Certificação e sentido – Agora com estratégias alinhadas é hora de revisar cada uma delas e testes podem ser feitos para garantir a efetividade das soluções propostas. Caso no caminho alguma das ideias não seja tão boa quanto pensado, busque alternativas para solucionar eventuais problemas.

5. Monitore tempo e informações – Tudo nos trilhos e correto, mas nem por isso o trabalho acabou. É preciso fazer testes definitivos e monitorar tempo e recursos gastos em cada etapa do ensino e da gestão e comparar com os resultados que tinham anteriormente. A metodologia lean education propõe a constante melhoria de processos, portanto essa é uma etapa que será repetida várias vezes.

6. Ajuda especializada – Por último sempre busque ajuda especializada no assunto. Ao implementar melhoria em determinada área ou processo, encontre quem mais tem conhecimento sobre o assunto e peça ajuda para implementação das ideias pensadas.

A metodologia lean education é muito mais uma forma de implementar melhorias na gestão, portanto, você vai conseguir perceber a valorização da equipe, facilitar os processos, melhoria de clima organizacional, agilidade nas tarefas feitas, menos desperdícios e fortalecimento da proposta pedagógica da escola.

Mas apesar do foco ser a melhoria da gestão do ensino, isso impacta diretamente nos alunos que vão ter um ensino mais ágil e com valores e objetivos mais alinhados ao que precisam para prepará-los para um mundo moderno. Compartilhe nos comentários, você já ouviu falar dessa metodologia?

Acredita que ela pode ser parceira na hora de planejar as diretrizes da escola?

Como aplicar o Design Thinking na educação

O termo já é muito conhecido do ambiente empresarial, mas tem ganhado espaço na área da educação como uma forma inovadora de criar, estruturar e validar ideias na sala de aula. Conheça mais sobre o design thinking na e entenda como aplicá-la pode trazer benefícios.

Muitos falam que o design thinking é uma metodologia, mas na verdade ele é mais uma forma de conduzir e chegar a solução de um determinado problema. Ele é uma evolução da teoria de Design, criada na década de 1960. Comparada a cursos como medicina, matemática e até mesmo filosofia, o design é uma área relativamente nova.

Nos anos 1990, ainda nos primeiros passos de design desenvolvidos, culminaram na criação da IDEO, uma empresa de design, consultoria em inovação, fundada em Palo Alto na Califórnia, mas que atualmente tem escritórios por diversas partes do mundo como Londres, Munique, Xangai, Singapura, Tóquio. E você deve estar se perguntando o que o surgimento da IDEO tem a ver com design thinking? Vamos a resposta.

O design thinking surgiu dentro da IDEO e foi criado por um dos fundadores da agência, David Kelley. Com o tempo o termo ganhou espaço e popularidade, pois os fundadores da IDEO, acreditavam que qualquer profissional poderia usar o design thinking na resolução de problemas complexos. E assim a abordagem ganhou adeptos em diversas empresas e agora também o design thinking na educação vai conquistando seu espaço.

Fases do design thinking na educação

A abordagem design thinking possui basicamente quatro fases, são elas: imersão, análise e síntese, ideação e prototipação. Cada etapa tem sua importância e deve ser trabalhada com ferramentas específicas que ajudarão o sucesso de todo processo.

1.Imersão – Neste momento é hora de trilhar dois caminhos, a preliminar e a em profundidade. A imersão preliminar é aquela que permite ter um entendimento superficial acerca da situação.

Já a imersão em profundidade é a que irá tornar a percepção mais intensa. O objetivo é entender o que as pessoas falam, agem, pensam e como se sentem. É a hora de mapear as necessidades mais urgentes. Aqui também pode-se usar o mapa de empatia, tornando possível aprofundar as motivações observando as emoções, pontos de vista, reações e ações de um novo ângulo.

2. Análise e síntese – Após conseguir os dados na imersão é hora da análise para buscar ideias criativas e identificar caminhos alternativos viáveis para compreender o problema colocado. Uma das técnicas é a criação de personas, que trabalha com o princípio de um modelo ideal de cliente. Assim como no mapa de empatia e na jornada de usuário existe a oportunidade de entender como o público caminha até conhecer o serviço. Para o design thinking na educação é hora de especificar a origem do problema em questão e definir qual será a oportunidade a ser trabalhada. Essa etapa trabalha processos reflexivos e criativos e consequentemente, melhora a compreensão de como um desafio pode ser direcionado para criar soluções.

3. Ideação – Uma vez que o problema que norteia o grupo já foi encontrado, a fase de ideação tem o objetivo de gerar ideias inovadoras para solucionar a dificuldade. Para encontrar essa solução é preciso trabalhar em cima dos dados coletados anteriormente nas etapas 1 e 2. É essencial criar um ambiente seguro, não julgar ou analisar as ideias do grupo, elas precisam fluir, nessa fase é preciso colocar no papel de forma mais específica possível.

4.Prototipação – A fase da prototipação é a final e ajuda a validar todas as ideias que surgiram nas etapas anteriores, é hora de visualizar a solução pensada. Escolher a forma mais adequada para colocar a solução em prática. Após a apresentação da prototipação dos alunos é interessante fazer um debate de como foi esse processo 

Benefícios da abordagem

Como esta forma de resolver problemas foca na coletividade e na percepção das pessoas sobre um determinado problema ou assunto, nada melhor do que usar o design thinking na educação para tornar o ensino mais atrativo.

Além disso, o design thinking é uma abordagem que foca no ser humano, conectando as necessidades dos estudantes, sendo transformador para eles e para os professores. Sem contar o aprimoramento da comunidade escolar, o constante trabalho na cultura da inovação, e a possibilidade de novas vivências e reflexão.

Por todos esses motivos usar essa ferramenta tem bastante potencial como aliada na área da educação. Comente suas percepções sobre o tema e experiências caso já tenha usado em sala de aula. Conheça também a aprendizagem baseada em projetos.

Conheça o método de aprendizagem jigsaw

Hoje você vai conhecer mais uma maneira de promover metodologia de ensino ativa, vamos conversar sobre o conceito de jigsaw. Entenda como essa forma de ensinar promove a inteligência coletiva e aprendizagem colaborativa.

Para começar vale a pena entender como essa metodologia surgiu, pois seu cenário histórico coloca em perspectiva aspectos importantes que ainda hoje precisam ser trabalhados e promovidos nas salas de aula.

O ano era 1971 em Austin no Texas e o professor Elliot Aronson junto aos seus alunos inventaram uma nova estratégia para que o processo de aprendizagem acontecesse de forma mais fluida.

Na época em questão, as escolas da cidade estavam passando por um processo dessegregação, Austin era um lugar onde brancos, pretos e hispânicos eram separados na hora de aprender, esse movimento em que todos estavam na mesma sala de aula, acabou deixando a situação delicada e método jigsaw tentou apaziguar a situação.

A forma de aprendizagem jigsaw remete aos jogos de quebra-cabeça, e por isso recebe este nome. O conceito tem se mostrado bastante efetivo para promoção da aprendizagem colaborativa em grupos. Mas apesar de ser divido em grupos, o método vai além de um simples trabalho em grupo, que comumente acontece nas salas de aulas e conta com peculiaridades que ajudam no desenvolvimento de conhecimento de forma diferente.

Nessa metodologia de ensino o aprendizado cooperativo acontece por meio da divisão de grupos que vão trabalhar um ajudando o outro conforme vão se reorganizando em diferentes momentos da atividade. Com o reagrupamento é então partilhado o que foi aprendido e assim, acontece a construção do conhecimento.

A atividade pode acontecer inteiramente na sala de aula ou previamente a ela, tudo vai depender da dinâmica do professor e do tempo disponível.

Colocando em prática o método jigsaw em 10 passos

Entenda como começar uma atividade usando essa metodologia ativa de ensino e o que fazer em cada passo. Você vai ver como é simples implementar essa ideia na sala de aula.

  1. Divida os alunos em grupos, de 5 a 6 pessoas. Esses grupos devem ser diversos em todos aspectos: habilidades, etnias e gênero.

  2. Nomeie um aluno de cada grupo como o líder, preferencialmente e inicialmente o mais maduro ou que demonstre mais essa habilidade.

  3. Faça a divisão da tarefa em 5, 6 segmentos, por exemplo, se um personagem importante da história será estudado, uma parte pode ser sua infância, outra a consolidação da sua carreira, a terceira um fato que agregou para a sociedade, e assim vá definindo em partes sobre o mesmo conteúdo a ser trabalhado.

  4. Após a divisão em partes, designe cada aluno para aprender uma delas. E este deve ter acesso apenas a parte a que foi designada.

  5. Não é preciso memorizar, decorar, mas cada aluno deve ter um tempo suficiente para ler sobre sua parte e se familiarizar com ela.

  6. No passo seis você deve formar “grupo de especialistas” temporários, desta forma cada aluno do grupo do quebra-cabeças, se junte a outro aluno atribuído a mesma parte que foi designada durante a divisão. É importante que o grupo tenha tempo para debater o assunto e preparar sua apresentação para seu grupo de origem.

  7. Momento de trazer de volta os alunos aos seus grupos de origem.

  8. Hora de pedir para cada aluno apresentar sua parte estudada e debatida ao grupo, é o momento de incentivar também que sejam feitas perguntas para esclarecimento total da questão trabalhada.

  9. Na etapa nove é a vez do professor circular entre os grupos e observar o processo de aprendizagem acontecendo. Se algum deles estiver tendo problemas, faça uma intervenção sutil para que o líder conduza melhor este momento.

  10. Para finalizar a sessão de aprendizado você pode fazer um questionário sobre o conteúdo trabalhado, por exemplo, ou o que achar mais pertinente, mas sempre finalize no coletivo. Os alunos vão perceber como podem ser divertidos esses momentos de aprender e entender que realmente são impactados com essa forma de ensinar.

Aparentemente simples o método jigsaw além do dinamismo na hora de aprender, traz inúmeros outros benefícios, como a redução de conflitos, melhor desempenho dos alunos, maior gosto por ir à escola, e o entendimento de que cada aluno é importante, cada parte é essencial para a conclusão, e que o aprendizado só chega a conclusão total com a contribuição de cada um.

Além disso, este conceito trabalha também a autonomia dos alunos, uma vez que cada uma das partes precisa pesquisar e entender o que foi passado para ensinar o colega. O jigsaw trabalha muito a comunicação e as relações interpessoais.

Você já conhecia ou já usou o método jigsaw? Compartilhe sua experiência nos comentários. Conheça também a aprendizagem baseada em projetos.