Em nosso atual cenário no campo da comunicação somos bombardeados por informações de todas as qualidades e categorias inimagináveis. Nos tempos atuais, podemos nos questionar até se tais informações são verdadeiras ou não. E quando olhamos para estas questões, podemos nos perguntar: o que podemos fazer com tantos dados? Quais caminhos seguir para sua análise? Com encarar a Política de Dados Abertos das instituições públicas brasileiras?
O profissional de comunicação não tem mais a missão de apenas levantar dados, posto que hoje essa não é a dificuldade maior. A barreira está em como transmitir esses dados para o leitor, que tipo de informação ou conhecimento gerar com eles, como utilizá-los, como e o que produzir com esse material. É preciso adaptar-se às mudanças do ambiente informacional, ver e expor elementos que não se enxergaria de outra forma, contar histórias mais ricas e sobretudo, entender, a partir da ciência de dados, o mundo contemporâneo e sobretudo, o país em que vivemos (cada vez mais complexo). O jornalismos de dados é sobre contar histórias.
E tudo isso por apenas um motivo, a economia de tempo para alcançar a informação, pede para que se desenvolvam outras capacidades, que estimulem o profissional de comunicação a sair do óbvio ululante. Afinal de contas, já não saímos mais a campo e sim entramos no campo informacional e lá temos que encontrar todas as respostas. E muitas delas estão escondidas no emaranhado de dados abertos.
O profissional de comunicação não tem mais a missão de apenas levantar dados, posto que hoje essa não é a dificuldade maior. A barreira está em como transmitir esses dados para o leitor.
As novas formas de utilização e apresentação de conteúdo (seja online ou offline) fazem com o que o jornalismo não se torne algo obsoleto (muito pelo contrário) senão, o permite ser reinventado, reconstruído, re-significado e fragmentado, como é o caso do jornalismo de dados. Fragmentos de informações que complementam o todo.
Assuntos diversos, de utilidade pública, necessários para o auxílio do entendimento da sociedade atual, que vive a acompanhar a velocidade das informações são a matéria prima do jornalismo de dados. O jornalista que trabalha constantemente na apresentação de dados não pode deixar com que assuntos importantes passem com a mesma fugacidade de temas não relevantes e pontuais.
É preciso estar atendo: analisar o mercado que está inserido e entender da mídia que será usada para a apresentação destes dados, levantar, sem exceção, todos os dados que necessita, trabalhar em sua seleção relevante e fazer triagem informacional para assim, buscar a redação e apresentação final do conteúdo.
Aproveito para convidar a todos a acessar o Portal Brasileiro de Dados Abertos e ver o que podemos descobrir por lá. Aproveite para conhecer o curso Comunicação Digital e Jornalismo de Dados da PUC-SP.
Publicado originalmente na revista IMPRENSA, nº 330 (abril/maio de 2018). Página 50.
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