Entenda o que é a hiperautomação e porque ela promete ser uma grande transformação nos negócios

O salto tecnológico que vivemos da Primeira Revolução Industrial do século XVIII com advento das máquinas a vapor, aos dias de hoje com a Quarta Revolução Industrial e a robotização, internet das coisas e inteligência artificial é gigante.

A automação já trouxe inúmeras facilidades ao ambiente de trabalho e agora estamos vivendo um novo momento, que irá revolucionar ainda mais a forma com que lidamos com processos nos negócios.

Segundo relatório divulgado pela empresa Gartner, com as 12 tendências de tecnologia para 2022, a hiperautomação promete uma grande transformação digital para área. Hoje o texto irá abordar um pouco mais dessa nova realidade e quais impactos ela traz.

O conceito de hiperautomação vai além do que já conhecemos do mundo de automação, ela amplia a automação dos processos, desde cadeias produtivas até processos de marketing, por exemplo, usando Inteligência Artificial (IA), Machine Learning e Robotic Process Automation (RPA), ainda confuso? Vamos lá.

A hiperautomação permite automatizar praticamente qualquer tarefa que seja repetitiva, e possibilita descobrir processos que podem ser automatizados criando bots que os executem. Apesar de parecer que estamos falando de automação, a hiperautomação é diferente, pois ela elimina a intervenção humana nos processos.

Na automação é preciso a tomada de decisões de pessoas, um programador ou profissional da área de tecnologia cria e insere determinadas regras para um programa executar tarefas necessárias.

Já na hiperautomação, o programa em si identifica situações para eventuais ajustes, e suas premissas possibilitam o aumento da eficiência dos processos. Por isso, esta é uma transformação digital considerada tão revolucionária.

Outro fator bastante inovador é que a hiperautomação não usa somente uma única tecnologia de forma isolada, ela faz a integração de um conjunto delas, entre as mais relevantes são:

Robotic Process Automation
Significa a automação de processos robóticos, permite a configuração de um software para facilitar o uso de robôs e a realização de processos repetitivos em sistemas digitais.

Machine Learning
A tecnologia que usa dos algoritmos para que os computadores entendam e consigam realizar as tarefas complexas por eles mesmos, sem precisar de uma programação extra feita por humanos.

Inteligência Artificial
Essa é um pouco mais conhecida de todos, e tem como objetivo criar máquinas capazes de tomada de decisões e resolução de problemas simulando o pensamento lógico dos seres humanos.

Big Data
É um conjunto de tecnologias que possibilita o armazenamento, análise e gerenciamento de grandes quantidades de dados gerados a fim de identificar padrões e assim criar soluções.

Cobots
Os cobots são robôs que compartilham as tarefas com os humanos e auxiliam muito os processos produtivos.

Chatbots
Sistemas capazes de manter uma conversa em tempo real com seres humanos por texto ou voz.

5 vantagens da hiperautomação

Tendo em vista a integração de todas as tecnologias faladas acima os benefícios são muitos, mas cinco deles chama atenção para o ganho de uma empresa.

  1. A integração de diversas tecnologias que possibilitam a execução de forma mais rápida e eficiente reduzindo erros nos processos de um negócio.

  2. Satisfação dos colaboradores no ambiente e trabalho, uma vez que, seu tempo não será dedicado a tarefas que não agregam valor e podem se dedicadas a outras aumentando sua produtividade.

  3. Transforma digitalmente as empresas com processos alinhados tornando-as inovadoras e competitivas no mercado.

  4. Redução de custos operacionais, uma vez que as tecnologias de hiperautomação otimizam os processos e minimizam erros.

  5. Tomada de decisões mais assertivas. Com o uso da tecnologia big data e inteligência artificial é possível ter mais informações para direcionar as decisões e cometer menos erros.

E você pode estar pensando que talvez todos esses benefícios trazidos pela hiperautomação podem antecipar o fim do trabalho humano, isso é um receio que paira sobre muitos, se seremos 100% substituídos, mas segundo artigo publicado pela IBM a resposta é não.

Neste artigo fica claro que a hiperautomação é uma nova abordagem de trabalho, uma transformação digital como já falado aqui, e embora algumas profissões estejam sendo desaparecendo, ou perdendo sentido de sua existência, muitas outras surgirão.

Além disso, o ser humano possui características que automação dificilmente irão substituir como sentimentos, resolução de problemas complexos, percepção social, enquanto outras atividades como ler e-mails, extração de informações poder ser delegadas a hiperautomação tornando o processo mais eficiente. 

Nossos bate-papos por aqui deixam evidente que avanços tecnológicos transformam ambientes onde são implementados, e cabe a nós seres humanos, nos adaptar a eles e extrair o melhor possível para continuarmos ativos e competitivos no mercado de trabalho.

Se a hiperautomação veio para ficar, profissões que sequer ainda existem, mas ligadas a elas serão a tendência do futuro, então porque não investir em se capacitar e antecipar a formação das competências necessárias para essa área?

Compartilhe nos comentários sua opinião sobre essa nova tendência de transformação digital e como ela irá te afetar. Não deixei de ler: falta de mão de obra qualificada na área de tecnologia.

Inteligência artificial: como podemos ensinar os computadores a entender nossas emoções?

 

Como criamos uma Inteligência Artificial com que as pessoas realmente queiram interagir? Raphael Arar sugere que comecemos criando arte. Ele compartilha projetos interativos que ajudam a IA a explorar ideias complexas como nostalgia, intuição e conversação, tudo trabalhando com a intenção de tornar a tecnologia do futuro tão humana quanto ela é artificial. Confira neste vídeo do TED.

A inteligência artificial nunca irá substituir o professor

A inteligência artificial está na crista da onda, não? A tecnologia, de uma forma ou de outra, permeia todos os tecidos da sociedade. Hoje é possível reservar um hotel, chamar um motorista (ou até um taxi), conversar com pessoas de qualquer parte do mundo da palma de sua mão além de inúmeras atividades (confesso que eu não conseguiria listar tudo). Os smartphones comportam aplicativos de todas as naturezas possíveis e imagináveis. Se existe uma necessidade humana, alguém provavelmente já pensou e desenvolveu um aplicativo para tal finalidade.

E a área da educação vem se beneficiando cada vez mais destas ferramentas digitais, assim como as demais necessidades humanas contempladas pelas aplicações digitais. Existem aplicativos para se aprender quase tudo. Podemos fazer uma lista breve aqui.

Se o assunto é o ensino e aprendizagem de Línguas, o Duolingo é o grande expoente, contudo existem diversos outros como Voxy e Hello English. Quando o assunto é tecnologia e aprendizagem de programação de computadores, inovação e novas tecnologias temos o CodeAcademyCode.org e até a Khan Academy.

Estes são apenas alguns exemplos. Basta você determinar uma área e procurar na sua loja de aplicativos favorita (ou na internet) e com certeza encontrará algo. Pode não ser no seu idioma nativo, mas algo será encontrado. Convido você a completar a lista de aplicativos educacionais nos comentários deste texto.

Os professores, de forma geral, à medida que vão conhecendo as soluções tecnológicas, gradativamente as adotam em suas aulas. Não de forma acelerada e rápida, mas o uso é inevitável. Mas é preciso planejar seu uso para incorporar a tecnologia em sua prática didática.

Quando o assunto é educação e tecnologia, ele não se limita à aplicativos ou plataformas educacionais. Em breve vamos juntar a educação formal com a inteligência artificial. E isso não vai demorar muito. Parece assustador, mas não é.

Educação e a Inteligência Artificial

Recentemente li uma notícia que me deixou preocupado pelo alarmismo. O título era: robôs poderão substituir professores em breve. Segundo a matéria, um pesquisador da Universidade de Buckingham defende que máquinas de inteligências artificial estarão prontas para dar aulas em 10 anos. Professores que leram a matéria entraram em alerta máximo. Minha profissão irá acabar?

Sabe um dos muitos motivos pelo qual isso nunca irá acontecer? Empatia. Por mais avançada que seja a tecnologia, será possível ensinar uma máquina a ter empatia? Creio que não. A inteligência artificial trabalha com reconhecimento de padrão e processamento de padrões e não de emoções.

Por mais avançada que seja a tecnologia, será possível ensinar uma máquina a ter empatia?

A empatia busca compreender os sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente o outro indivíduo. Basta pensar no seguinte: como uma máquina responderia à seguinte pergunta: ̶ o que você sente quando se lembra do cheiro do cabelo da sua mãe? Uma boa resposta da máquina poderia ser: ̶ fritas para acompanhar?

Professores precisam estabelecer relações humanas no processo ensino-aprendizagem e entender que cada aluno, dentro de suas particularidades e especificidades, aprende de formas diferentes. Como disse o grande educador Paulo Freire, não existe ensino sem aprendizagem. É um processo de diálogo constante onde o professor precisa entender o educando em toda a sua complexidade existencial.

O imenso avanço da tecnologia em todos os setores da sociedade não deixaria a área de educação de fora. Mas a figura humana e sobretudo a do professor sempre será necessária em uma sala de aula. Mesmo que esta sala de aulas esteja em constante transformação. As atribuições do docente poderão se alterar no decorrer dos próximos anos e não se poderá ignorar a inteligência artificial.

Já existem muitos casos de uso da inteligência artificial em sala de aula. São aplicações que podem auxiliar o professor em sua rotina. Cabe ao professor despertar seu interesse e curiosidade para fazer bom uso, se mantendo atento para a contextualização, pensamento crítico e julgamento ético. Estes atributos são muito valorizados no “era das máquinas inteligentes“.

E como sobreviver neste futuro incerto? Estudando e preservando nossas relação humanas.

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David de Oliveira Lemes (@dolemes) é professor do Departamento de Computação da PUC-SP. Consultor na área de educação e tecnologia. Leciona na FIAP, FECAP e Faculdade Impacta. Também edita o GameReporter. Gostaria de consultoria, palestra para sua empresa, evento ou instituição de ensino? Entre em contato.