Constantemente compartilho por aqui exemplos que demonstram que a parceria entre tecnologia e educação é sinônimo de sucesso. Muitas são as formas de usar essa importante aliada na sala de aula para tornar o processo de aprendizagem mais atrativo, inclusivo e dinâmico. As possibilidades são as mais diversas e adaptar a este novo mundo é essencial para continuar a evolução da educação.
Hoje vou apresentar alguns exemplos da tecnologia na educação, para você que está lendo entender que todas as ideias e conceitos apresentados aqui são reais e vem dando certo no Brasil e no mundo.
Começo com um exemplo do nosso vizinho Uruguai, o chamado Plano Ceibal foi lançado no ano de 2007 e é um sucesso por lá. O projeto possibilitou a inclusão digital por meio da distribuição de um computador portátil para cada aluno e cada professor de todas as escolas públicas do país. Essa iniciativa permitiu o acesso as novas ferramentas de aprendizagem para famílias mais pobres. Além da distribuição dos computadores, simultaneamente foram instaladas internet e rede Wi-fi em todas as escolas públicas.
A iniciativa do Plano Ceibal fez com que, inclusive agora no cenário da pandemia, os alunos se beneficiassem em comparação a outros países, uma vez que foi possível a eles acompanhar as atividades online, já que o projeto garante para todos que ingressam no sistema educativo do país não só o acesso ao computador, mas também a internet.
Este projeto é um exemplo de que tudo precisa começar do começo. Para que seja possível o acesso de professores e alunos a tecnologia, a infraestrutura básica precisa ser garantida. Este é um pensamento que tem que mudar tanto da parte da gestão da escola, quanto a gestão pública, ambas precisam caminhar juntas para dar certo. E sem dúvidas este é um grande exemplo e inspiração de que a tecnologia na educação faz a diferença.
Caso você queira conhecer mais o Plano Ceibal, no site oficial do projeto você encontra todas as informações atualizadas da iniciativa.
Ainda falando em infraestrutura, temos um exemplo super bacana aqui no Brasil, mais precisamente na Amazônia com o projeto Amazônia Conectada. A iniciativa que foi lançada no ano de 2015 é coordenada pelo Ministério da Defesa em parceria com os ministérios das Comunicações e da Ciência, Tecnologia e Inovação e consiste na implantação da infraestrutura passando quilômetros de fibra óptica por dentro dos rios do Amazonas para levar internet de alta velocidade aos municípios e comunidades ribeirinhas.
O projeto já teve investimento de R$70 milhões e segundo dados do governo já soma 1,2 mil quilômetros de redes ópticas subfluviais instaladas nos leitos dos rios, a meta é chegar em 3 mil quilômetros de rede.
A iniciativa permite que a tecnologia na educação se torne realidade para muitos, uma vez que possibilita aos alunos das comunidades ribeirinhas aprender por meio de videoconferência e usar outras plataformas pedagógicas no processo de aprendizagem. A realidade também impacta a vida dos professores, pois eles poderão desta forma, ter acesso com facilidade a mais informações em tempo real para suas aulas, além de poder ajudar a comunidade local.
Em relação ao uso de ferramentas e estratégias em si é possível encontrar histórias inspiradora também, como é o caso da Escola Estadual Orígenes Lessa, e em uma área que todo aluno infelizmente torce o nariz: a recuperação. A escola localizada em Diadema resolveu fazer diferente e agora os alunos aprendem brincando, isso mesmo, atrelar diversão e educação tem tudo a ver.
Os alunos aprendem por meio de jogos, vídeos e simuladores e outros recursos tecnológicos. No ano de 2014 a escola passou a usar a plataforma Currículo +, uma versão da Escola Digital personalizada para Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, usada para aulas de reforço de português e matemática.
A plataforma que tem como objetivo incentivar o uso da tecnologia na educação, já alcançou o número de 1187 objetos digitais de aprendizagem, e tornou o momento da recuperação algo atrativo aos alunos, que hoje disputam os laboratórios para as aulas. Para saber mais sobre a inciativa que beneficiou a escola de Diadema, acesse o site oficial Currículo +.
Outra escola que também inovou foi a Escola Estadual Professor José Vilagelin Neto em Campinas, aplicando a metodologia da sala de aula invertida. Lá uma vez por semana, durante o período de duas horas, os alunos não têm a conhecida aula expositiva e sim, uma aula dinâmica de matemática por meio da plataforma QMágico onde eles podem resolver exercícios e tirarem dúvidas com o professor.
São 14 turmas que se beneficiam desta nova forma de enxergar o processo de aprendizagem, 7 do fundamental e 7 do ensino médio. O uso da plataforma além de mais atrativo e dinâmico, permite o acompanhamento em tempo real do desenvolvimento de cada aluno.
Já uma escola nos Estados Unidos aposta em investir na gamificação para colher bons frutos no processo de aprendizagem. Esta forma de usar a tecnologia na educação estimula curiosidade e pensamento criativo.
A Playmaker School investe na experimentação por meio dos jogos e tecnologia. Durante as aulas são feitas atividades em simuladores, discussões e projetos. Os alunos recebem um mapa da aventura, que na verdade é um indicador do seu progresso durante o ano. Assim eles não só jogam, como fazem descobertas e constroem conhecimento.
Outra metodologia que ganha cada vez mais espaço na educação é aprendizagem maker e desta metodologia trago mais dois exemplos muito interessantes da sua aplicação, nas escolas Visconde de Porto Seguro em São Paulo e Centro de Tecnologia Senai no Rio de Janeiro.
O conceito que foca na experimentação deu certo no Colégio Visconde de Porto Seguro em um laboratório de fabricação digital. Os alunos do ensino fundamental 2 são apresentados a ferramentas de prototipagem rápida e assim constroem nova empresas, desenvolvem projetos e ao final participam de uma apresentação para especialistas de mercado. Já no Senai FabLab, os alunos das turmas de ensino técnico conseguem ver prática e teoria caminhando juntas na criação de soluções para indústrias.
Todos esses exemplos apresentados tem um ponto em comum: a vontade de fazer a diferença no ensino, e mais, o entendimento de que a tecnologia na educação é um meio efetivo de alcançar bons resultados, formar pessoas preparadas para os desafios da vida atual e claro, atender as necessidades de um mercado que busca este novo perfil.
Traçar este novo caminho é um desafio, que precisa contar com todos, aluno, professor, escola, iniciativas públicas e privadas, assim como as que conhecemos nas histórias apresentadas. Elas mostram como é possível chegar lá agindo juntos. Espero que você que esteja lendo este texto e é um agente transformador da educação se inspire a levar a tecnologia para dentro da sala de aula das mais diferentes formas, cada semente é um sucesso no futuro.